sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Procuradoria do STJD denuncia presidente do Santos por acusação sem provas

O presidente do Santos, Modesto Roma Júnior, foi denunciado pela procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva por não apresentar provas de que houve interferência na arbitragem do jogo contra o Flamengo, no último dia 26, pela Copa do Brasil. O processo está na pauta da Terceira Comissão Disciplinar do STJD e será julgado na próxima quarta-feira, às 14h30. 

A Procuradoria considera que Modesto desrespeitou os membros da comissão de arbitragem e colocou em dúvida a credibilidade da Copa do Brasil. Por isso, responderá com base nos artigo 258 e 191 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. O primeiro trata de conduta antidesportiva e reclamações desrespeitosas contra a arbitragem. O segundo pune quem descumpre o Regulamento Geral das Competições com declarações que questionam a lisura da competição. O dirigente corre risco de ser suspenso por até 180 dias, além do pagamento de multa de R$ 100 a R$ 100 mil.  Modesto está enquadrado também no artigo 53 do RGC, cuja punição prevê a proibição de registro de atletas; advertência; multa e até o desligamento da competição. 

No dia seguinte à partida, o Santos enviou à CBF, em papel timbrado, uma carta pedindo a anulação da partida sob o argumento de que o repórter Eric Faria, da TV Globo, teria avisado ao quarto árbitro que não houve falta de Réver em Bruno Henrique. O árbitro Leandro Vuaden, que havia marcado pênalti, voltou atrás após conversa com o quarto árbitro. O repórter e dos dois árbitros garantiram que não houve essa conversa citada pelo clube. 

Na carta, o Santos dizia ter provas da interferência - inclusive imagens. Até agora, porém, não apresentou nada que corrobore a sua versão. 

Segundo comunicado publicado pelo site do STJD, a procuradoria diz que o Santos negou ser responsável pela divulgação da carta que enviou à CBF. No entanto, lembra que Modesto fez as acusações em diversos meios de comunicação. 

– Com a ausência completa de elementos mínimos a caracterizar as acusações do clube e por entender que os fatos narrados são graves, a Procuradoria passou a analisar a conduta do Santos e de seu presidente com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva. De acordo com a Procuradoria, as acusações infundadas da prática de um ato grave e lesivo à competição e aos árbitros envolvidos é um ato contrário à disciplina e ética desportiva e um desrespeito que expõe, desmoraliza e macula a imagem da arbitragem que atuou na partida – diz o texto.

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